
Como comecei a escrever
Eu escrevo poemas por prazer, é um passatempo.Eu tinha medo de publicar meus poemas, mas, descobri que não tinha importância se as pessoas gostassem do ou não do que escrevia. A poesia surgiu na minha vida quando minha professora de língua portuguesa me apresentou o livro das semelhanças, um livro de poesias. Hoje eu nem gosto mais do livro, mas na época eu gostei muito e foi o que me fez começar a escrever
Meus Poemas
DESALENTO
O rio secou
O mar se foi
O relógio quebrou
Por isso,
O tempo parou
A criança já chorou
A lágrima já escorreu
O vilão já corou
O golpe já foi dado
O sonho, agora acabou
Já foi embora
O momento já passou
Já é tarde
O escuro aumentou
A chama apagou
O medo se alargou
Mas continuar é necessário
Correr?
Você não tem mais perna
Sorrir?
Você não tem mais boca
O trem já partiu
Para trás, você ficou
Para frente?
Você nem olhou
Você é duro feito pedra
Você já não tem mais nome
E agora?
Está sozinho
No meio do mato
Jogado e sem rumo
Como seguir?
Como levantar sem escorregar e cair?
Como andar se não tem mais chão?
Não dá nem para abrir os olhos, porque você não enxerga mais!
Não tem mais cavalo para galopar
Não tem mais carro para dirigir
Não tem mais casa para morar
Não tem mais emprego para trabalhar
E agora?
O que fazer?
A lua não veio
O sol não se pois
Cadê sua palavra?
Seus livros?
Onde estão seus poemas?
Onde estão suas músicas?
Não dá mais para ler!
Não dá mais para cantar!
Não dá mais nem para morrer!
Agora, você corre!
Mas você corre para onde?
Você não tem mais estrada!
Você não tem mais rumo!
Você não tem mais mundo!
Você tem desalento.
O TRAJETO
Estou no carro. O ruído escuro dos pneus aumentam quando meu pai acelera. A música é irritante. Não porque é chata. Mas, sim pela razão de parar a pontualmente a cada sete segundos e meio. Merda. Hoje esse rádio vai quebrar de vez. A cidade é igual todo dia. Quando fui a escola pela primeira vez, havia algumas lojas abertas e algumas pessoas na rua. Tinha uma música tocando, e alguns carros buzinando. Os próximos mil duzentos e sessenta e um dias foram idênticos. As mesmas lojas estavam abertas, haviam as mesmas pessoas na rua, a mesma música tocando e parecia que os mesmos carros buzinavam no mesmo ponto da cidade. O trajeto se repete. De novo, de novo, e de novo. Cada curva que se passa, espero ver uma nova paisagem. Mas nunca a encontro. Pois as paisagens desse trajeto, todas já conheço. Cada dia que piso na cinza calçada de cimento, minha pequena trajetória se acaba. Minha pequenina história termina. Uma história repetitiva. O trajeto.
A SUBIDA
A subida
Essa vida tem muitas curvas
Algumas claras
Outras turvas
E não importa aonde esteja
tem que ter um ombro
onde possa se apoiar
Você não pode nunca parar de andar
E você tem que aprender primeiro a sorrir
E só depois a brincar
A vida é uma longa subida
onde é normal cair
Mas para frente
você sempre tem que seguir
É normal errar o caminho
É normal se sentir perdido
Mas com um pouco de amor e carinho
você encontrará seu ninho
Viva um dia de cada vez
Aprenda a andar
Depois a correr
E mais para frente a voar
Respire fundo mas
Você deve suar
enquanto os outros descansam
Você deve estudar
enquanto eles se põe a brincar
Mas os tempos difíceis acabam
pois você vai viver
o que eles sempre sonharam
Agora você pode relaxar e fazer uma rima
e em vez de olhar as coisas por baixo
dar uma olhada por cima
No topo dessa linda colina
Dia escuro
Não tem mais professor para me ensinar
Não tem mais amigo para brincar
Perdi tudo
Só sobrou silêncio
Silêncio duro
Silêncio ardido
Silêncio mudo
Eu aqui implorando
para que a vida seja um sonho
Eu aqui sonhando
O fim desse pesadelo medonho
Eu aqui chorando
Sendo que tudo o que eu preciso
É ir me levantando
É normal
A vida bater forte
Te jogar no chão
E para conseguir levantar
Precisa de uma mão
Para se apoiar
Mas é só desconstruir
Esses malditos problemas
E nunca desistir
Que tudo fica mais simples
As vezes fica escuro
E faz tempo que não tem enxergado
Mas é sempre aí que você encontra
Esse céu estrelado
E para enxergar a luz
Precisamos estar no escuro
Vídeo Poesia
Vídeo poesia é uma poesia em vídeo. Uma espécie de “poesia moderna”, Arnaldo Antunes faz muitos vídeos poesias, e aqui estão alguns vídeos poesias de poemas do Arnaldo Antunes. O primeiro vídeo é original dele, mas o segundo e o terceiro vídeo não são feitos por ele mas as poesias são originais dele.
Link dos video poesias:
Agora
poema e vídeo-arte de Arnaldo Antunes
https://www.youtube.com/watchv=9FROBNBoTgQ
Rotina
poema de Arnaldo Antunes
vídeo arte de Guita Sofier
https://www.youtube.com/watchv=5zB5GpAbRkA
O corpo
poema de Arnaldo Antunes
vídeo-arte de Maria Fernanda Gama e Rafael Francischini
https://www.youtube.com/watch?v=UczfTHPtgmY
União
poema de Lara Monteiro
Vídeo - arte de Lara Monteiro
O que se quebra sem ser tocado
Te ouço
mas não te ouço pela voz
te ouço pelo silêncio
olhei para traz
Ouvi e vi o silêncio se quebrando com o canto de um sabiá
não te ouço mais
A Ema e o Sabiá
Um sabiá estava a cantar,
até uma ema nele pisar
Ele bradou:
- Ema, em mim você pisou !
- Pequeno animal, me desculpe,
por favor não me culpe.
- Não há problema,
só tome cuidado, dona ema.
- Quem iria te enxergar, animal miúdo?
você é pequeno demais, pássaro estúpido.
A enorme, continuava a se gabar,
A grande ave não parava de falar!
Até que uma rede, em cima das duas aves caiu,
mas só o sabiá saiu,
pois pequeno e esperto ele era,
a ema, o sabiá já não tolera!